sexta-feira, 9 de julho de 2010

" I want to be where love is real and memorys of distant days come to real life again "

A dois anos, 24 meses, 732 dias, 17568 horas. 1054080 minutos, eu era feliz. Posso dizer que a pessoa mais realizada. Incrível como a morte pode acabar tanto com a vida de uma pessoa, mas não a física, a espiritual, sentimental. 
O mundo parece ser injusto, as memórias voltam todos os dias, não me permito esquecer, nem que seja um simples momento em que simplesmente nos olhavamos sem nada dizer. Brincadeiras, sorrisos, beijos, carinhos, bicos, manhas.. tanta coisa.
A sua voz ainda me arrepia, as fotos me fazem sentir como se voltasse o tempo, como se eu realmente estivesse lá. 
Me chamam de obcessiva. Que culpa tenho, ele me marcou, e me prometeu que um dia voltaria, esse dia pode nunca chegar, mas espero, do fundo do coração que chegue.
Quando minha mãe me vê chorando, sozinha no meu quarto, ela sempre diz : - "Filha, se conforme, ele morreu, mortos não voltam."
É fácil pedir pra esquecer, fazer de conta também, sorrir por fora e estar morrendo por dentro.
Chega a ser engraçado como toco os fios de cabelo que tenho guardado e consigo lembrar do momento em que eles cairam. Escutar as gravações e sentir o amor que sua voz transmitia. 
Já faz tempo, muito tempo, até para mim.
Me pergunto se um dia seguirei minha vida, não me vejo com outra pessoa, quando começo a gostar de alguém, não suporto a idéia de estar esquecendo a pessoa que mais amei, então corro, procuro justificativas plausiveis, mas não consigo pensar em perder ele de minha memória.
Seria tudo bem mais fácil se esse meu sentimento fosse respeitado, sem críticas.
Só eu sei o quando significou e o que está me custando, perder minha vida, lentamente.
Posso dizer que basicamente, estou reaprendendo a viver, é difícil, a morte é tão fácil perto disso.