sábado, 12 de fevereiro de 2011

Capítulo três.

No seu último dia, um pouco antes de seu onibus chegar, estavamos sentados em um sofá na casa de seu melhor amigo, ouvíamos Yellowcard - Everywhere.
Não me controlava, não conseguia esconder a tristeza de ter que deixar o amor da minha ir embora, mesmo que por pouco tempo, alguns dias. Era uma dor dilacerante, como se levasse um pedaço do meu coração. Mas eu sabia, a hora estava prestes a chegar. Foi quando minha mãe businou em frente a casa - descemos as escadas, guardamos sua mala e fomos à rodoviária.- Confesso, lágrimas não paravam de me entregar, minha respiração ofegante, estava óbvio, o comportamento falava por si mesmo, eu o amava, e o melhor de tudo, era recíproco.
Enquanto esperamos, ele me abraçava de um modo desesperado, como se não pudesse me deixar, aquilo me corroia por dentro, já não existiam mais palavras, apenas três, as mais sinceras que até hoje pronunciei, - eu te amo - . Seus olhos brilhavam e transmitiam um amor incapaz de ser medido. Após alguns minutos, fora guardar sua mala, e ao voltar me beijou, nos beijamos como se fosse o primeiro. Entrou no onibus, sentou-se. Fiquei ali, paralisada, esperando de algum modo que parasse e ele estivesse ali, como se aquela cena fosse um pesadelo, eu precisava estar perto dele. Foi então que o onibus parou, uma porta se abriu e ele desceu, veio correndo em minha direção, eu como sempre, sem reação. - me abraçou e disse o quanto me amava, juro que nunca esquecerei sua voz, tão tranquila e ao mesmo tempo desesperada- e prometi com toda minha alma que o esperaria.
Conforme os dias passavam, sentia que o meu amor aumentava. Já não pensava mais em mim, eu não existia, ele havia me tomado por inteira.
Contavamos os dias que estavamos juntos, decoramos o calendário, eu, particularmente sabia todos os feriados e finais de semana.
Nunca estive tão feliz, a vida nunca fez tanto sentido. Era como se em apenas um segundo o mundo parasse de girar e o céu abaixava, eu podia tocar as estrelas, dançavamos nas nuvens. Um mundo completamente diferente, os dias voavam.