domingo, 26 de junho de 2011

"Quando parece que o amor verdadeiro é difícil de se encontrar, ele chega na hora certa. Bem, você pode chamar de sorte ou destino. Às vezes parece que é mesmo um mistério, pois você pode ser ferido pelo amor
ou curado pelo mesmo. O tempo é tudo"

Não consigo passar minhas ideias aqui hoje, aliás, faz tempo que não consigo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Decadência espiritual.

Noites à fio com um cigarro entre os dedos, a insônia me irritando, fazendo lembrar dele. Ele, que me deixou e não quis mais voltar. Algo inusitado, para mim, não para ele. Como Caio Fernando disse - O silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela. - e confirmo novamente, como ele, trai-lo é mais doloroso do que o momento em que me deixou.
Como pode alguém amar após algo tão traumatizante? Claro, eu fui traumatizada, não ele. 
Sem Franco, não sem Ana. Ana já era, Caio. Como as bolhas de sabão que tu tanto deseja que um vento leve para longe. Mas eu não fui. Não sou a Ana, sou a outra Ana. E a minha Ana, Franco, me deixou. 
Nenhuma trepada resolve, sei como é. Esse desejo de ser irresistivelmente desejado por alguém que seja Ana ( ou Franco ).

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Corselet Preto II.

Aquela voz, como senti falta daquela som. 
- Fadel.
- Sentiu minha falta, querida?
O sangue subiu, não reconhecia mais meus sentimentos. Tudo ficou escuro, já não pensava rápido. 
- Por que sentiria? 
- Você está me seguindo, Elisa. Sabes muito bem que venho aqui toda quarta.
- Encontrar suas putas, tinha me esquecido desse pequeno detalhe.
- Fala a verdade, meu anjo. Você ainda me ama.
- Meu querido, o amor está vendo alguém morrer.
- E quem vai te ver morrer?
Um cretino, mas eu o amei. Não consigo pensar o quanto fui burra. Foi a tanto tempo. Não minto que ainda sinto um desejo incontrolável de amá-lo como antes, mas nunca seria o mesmo. Fui trocada por 500 reais de sexo sem sentimento, em nossa cama, na minha casa. Lembro como se fosse ontem. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Corselet Preto.

Dói e sufoca, mas não se compara com a dor que sinto no coração. 
Quarta-feira, véspera do dia do meu nascimento. Sozinha, do mesmo modo em que nasci.
Chega de papo furado, - termino de passar o batom vermelho, solto meu cabelo - essa noite mais que nunca não sou de ninguém. 
Um tubinho preto com a cintura completamente marcada, um sapato vermelho - me sinto completamente poderosa, não sou alta, mas nele me sinto notavelmente no comando - . O interfone toca, pego minha bolsa, viro meu copo de vodka e tranco meu apartamento.
- Você está bonita hoje, minha filha.
-Obrigada Sr. Augusto.
- Mesmo lugar de sempre?
- Não, lembra aquele restaurante que só empresários frequentam?
- Sei, sim.
- Pra lá que vou hoje.
Ao entrar senti todos os olhares maliciosos de homens ligeiramente casados, passarem por meu corpo. Fui direto ao bar e me sentei.
- E para a Sra?
- Srta.
- Perdão, e para Srta?
- Um martini duplo seco com vodka.
- Só um minuto Srta.
Senti um frio na barriga, como se alguém estivesse com uma respiração ofegante em minha nuca, quando de repente...
- Essa é por minha conta, Elisa.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Engenharia Civil

Apesar de conhece-lo à anos, no momento em que o vi, meu coração acelerou-se. Cálculo I, não foi uma desculpa, confesso que me ajudou, e muito.
Aquele carisma, voz suave, o toque quase aveludado. Gostei. Foi bom. Não foi o que você pensa. Mágico, quase isso.
Acordar e vê-lo fora completamente formidável. Barba por fazer, abraço quente. Proibido. Gostoso.
Um de minhas coleções. Bom e ruim. Definitivamente bom.
Aqueles de uma noite. Incompleta, mas foi bom.
Uma noite. Uma manhã. Um começo e com ele o final. Assim que gosto. O vazio de depois. Qualquer dia, quem sabe.

domingo, 24 de abril de 2011

Pseudo-felicidade

Chega a ser inacreditável o modo em que as pessoas ao nosso redor não percebem o quanto estamos bem (mal ). Sorrisos falsos, 'estou bem e você?'
Cansei. Não suporto mais mentir. Apenas entre nós, um segredo... estou extremamente cansada de ser o que não sou. 
Universidade, tudo novo, pessoas novas, vida nova. Sim, dizer isso chega a ser comovente, mas você conseguiria deixar toda uma vida para viver cinco anos de putaria? 
Sou bem mais do que o fogo, é necessário preparar, tem de se conhecer o território. Não é uma questão de tesão. Também não são palavras, muito menos  livros. 
No meu secreto ponto de vista, a vida vai muito além de um prazer instantâneo, o mundo perdeu o romance, as flores já não são românticas como antes.
Cada vida se resume em ciclos, pessoas vão e vem, mas a questão é que no fim, são sempre as mesmas. Confesso que menti, talvez para esquecer esse eterno retorno indesejável. 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Capítulo três.

No seu último dia, um pouco antes de seu onibus chegar, estavamos sentados em um sofá na casa de seu melhor amigo, ouvíamos Yellowcard - Everywhere.
Não me controlava, não conseguia esconder a tristeza de ter que deixar o amor da minha ir embora, mesmo que por pouco tempo, alguns dias. Era uma dor dilacerante, como se levasse um pedaço do meu coração. Mas eu sabia, a hora estava prestes a chegar. Foi quando minha mãe businou em frente a casa - descemos as escadas, guardamos sua mala e fomos à rodoviária.- Confesso, lágrimas não paravam de me entregar, minha respiração ofegante, estava óbvio, o comportamento falava por si mesmo, eu o amava, e o melhor de tudo, era recíproco.
Enquanto esperamos, ele me abraçava de um modo desesperado, como se não pudesse me deixar, aquilo me corroia por dentro, já não existiam mais palavras, apenas três, as mais sinceras que até hoje pronunciei, - eu te amo - . Seus olhos brilhavam e transmitiam um amor incapaz de ser medido. Após alguns minutos, fora guardar sua mala, e ao voltar me beijou, nos beijamos como se fosse o primeiro. Entrou no onibus, sentou-se. Fiquei ali, paralisada, esperando de algum modo que parasse e ele estivesse ali, como se aquela cena fosse um pesadelo, eu precisava estar perto dele. Foi então que o onibus parou, uma porta se abriu e ele desceu, veio correndo em minha direção, eu como sempre, sem reação. - me abraçou e disse o quanto me amava, juro que nunca esquecerei sua voz, tão tranquila e ao mesmo tempo desesperada- e prometi com toda minha alma que o esperaria.
Conforme os dias passavam, sentia que o meu amor aumentava. Já não pensava mais em mim, eu não existia, ele havia me tomado por inteira.
Contavamos os dias que estavamos juntos, decoramos o calendário, eu, particularmente sabia todos os feriados e finais de semana.
Nunca estive tão feliz, a vida nunca fez tanto sentido. Era como se em apenas um segundo o mundo parasse de girar e o céu abaixava, eu podia tocar as estrelas, dançavamos nas nuvens. Um mundo completamente diferente, os dias voavam.